Íntegra do discurso de despedida de Vilmar Zanchin como presidente do Parlamento gaúcho

Veja aqui a íntegra do discurso de despedida do presidente Vilmar Zanchin (MDB) de seu mandato como presidente do Legislativo estadual.

O mandato de presidente da Assembleia é passageiro, mas a presidência é permanente. Os deputados mudam, mas o Poder Legislativo e sua função social permanecem. Os presidentes e os integrantes da mesa também passam e se sucedem, mas os legados podem ficar.

No nosso caso, em que a presidência é anual, temos um ganho em termos de democracia e pluralidade para o parlamento.

Mas, ao mesmo tempo, temos um grande desafio em termos de gestão. O setor público, por sinal, muitas vezes enfrenta o problema da falta de continuidade. O próprio Rio Grande do Sul foi vítima disso por muito tempo.

Pois bem. Quando fui escolhido presidente, logo pensei em como agregar sem descontinuar, em como criar para permanecer. Ou seja: pôr em andamento transformações importantes, consistentes, permanentes e que fizessem sentido prático na vida das pessoas.

E se tem área que é importante e precisa ter consistência, insistência, arrumação, persistência, unidade e compartilhamento em nosso Estado, essa área é a educação. E é por isso que ela veio para a centralidade da nossa gestão na presidência.

Escolhemos educação porque é um tema transversal, absolutamente popular, e completamente relevante e prioritário. Diz respeito a todos nós.

Escolhemos também porque a área, já sinalizada como prioridade do próprio mandato do governador Eduardo Leite, poderia ter um suporte mais incisivo do parlamento por meio de sugestões, de fiscalização e também de um mecanismo legal que gerasse essa continuidade e o envolvimento de todos, daí resultou o Marco Legal da Educação.  

Nesta caminhada de um ano, em que estudamos muito sobre o desafio da educação, aprendemos ainda mais que o diagnóstico e o prognóstico para a área são complexos, variados e dependem de muita continuidade e de muito esforço concentrado — de todos: governos, poderes, professores, pais e a sociedade em geral.

Por falar em esforço concentrado, esta Casa dedicou-se com afinco a encontrar soluções para outros grandes problemas que afetam a vida dos gaúchos. Da estiagem aos desastres provocados pelas fortes enxurradas, não nos omitimos um minuto sequer, inclusive oferecendo suporte financeiro oriundo da economia orçamentária do parlamento, para prestar auxílio a milhares de famílias.

Em outra frente, preservamos o patrimônio e promovemos reformas em espaços físicos que pertencem a toda a nossa sociedade, como a intervenção que ocorreu neste plenário — a maior em 56 anos de história —, a fim de garantir o conforto e a segurança da população que visita o Parlamento. 

Ao me encaminhar para o encerramento de minha gestão, só tenho a agradecer. Aos deputados e deputadas, aos servidores da Casa e do meu gabinete, ao MDB, aos muitos parceiros da jornada e à população gaúcha. Senti o peso de presidir um Poder. Sei o que isso significa, a responsabilidade envolvida, os riscos que corremos, as muitas exposições. Procurei honrar, do meu jeito, com serenidade e diálogo, toda essa confiança recebida.

Desejo ao presidente Brito e à nova direção o mesmo sucesso. O senhor, deputado Brito, carrega consigo a força, a simplicidade e a representatividade que um parlamento precisa ter. E até mesmo por essas virtudes, também elegeu um tema de grande relevância para priorizar em sua gestão.

Uma mensagem aos gaúchos, para finalizar: acreditem no nosso Rio Grande! Amem esta terra! Façam por ela o que cada um faz por sua própria família. Aqui é a nossa casa, nosso chão, nossa vida. Somos uma terra de gente posicionada, mas pacífica e trabalhadora. Temos belezas naturais, uma economia pujante, muitos talentos e oportunidades.

Mas estejamos conscientes: nenhuma grande transformação ocorreu ou ocorrerá, aqui como foi em qualquer outro episódio da humanidade, sem um novo olhar para a nossa educação. Só a educação produz desenvolvimento!

Muito obrigado.